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Maricá inicia estudo para implantar o “Vermelhinho das Águas” – transporte aquaviário gratuito

Em Maricá (RJ), a Prefeitura deu o pontapé inicial em um estudo de viabilidade para implementar o primeiro sistema de transporte aquaviário municipal – apelidado de “Vermelhinho das Águas”. A iniciativa pretende criar uma linha de embarcações ligando diferentes pontos do município através das lagoas, nos moldes da Tarifa Zero (transporte público gratuito) já oferecido pelos ônibus vermelhinhos. A expectativa é de que o novo modal melhore a mobilidade urbana, aproveitando os recursos hídricos locais e integrando-se ao esforço da gestão atual em transformar canais e lagoas navegáveis para uso da população.

Estudo de viabilidade em andamento

O diretor de Obras Diretas da Codemar (Companhia de Desenvolvimento de Maricá), Rodrigo Corrêa, explicou que a equipe técnica iniciou os trabalhos de campo esta semana para avaliar as condições do trajeto proposto. “Hoje, iniciamos a nossa jornada fazendo esse estudo de viabilidade. Será um projeto incrível, é o Vermelhinho das Águas. E juntos a gente tá vendo aqui as condições perfeitas pra gente fazer a primeira estação modelo”, declarou Rodrigo. Segundo ele, o levantamento — realizado ao longo do canal com apoio de especialistas do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) — será fundamental para embasar um parecer técnico conclusivo sobre a viabilidade do projeto. “Esse estudo é muito significante pro futuro desse projeto. Durante a semana, a gente vai fazer esse percurso junto com a equipe técnica do DNIT, pra poder dar esse parecer conclusivo e favorável pro nosso município de Maricá. Então, o transporte aquaviário é uma realidade do nosso governo, o governo Quaquá, que irá transformar esse canal navegável”, completou o diretor da Codemar, referindo-se ao comprometimento da atual administração em tirar o plano do papel.

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Também presente na ação, o secretário de Pesca de Maricá, Alexandre Oliveira (Xandi de Bambuí), destacou os benefícios ambientais, econômicos e turísticos esperados com a implantação do transporte aquaviário. “O transporte aquaviário é muito importante aqui porque a gente tem a Associação de Pescadores de Ponta Negra (ASPPON), com diversas embarcações que todo dia trazem pescado do nosso oceano”, afirmou Xandi, lembrando que a iniciativa poderá apoiar a atividade pesqueira local. Ele ressaltou as condições ecológicas da lagoa que poderá ser utilizada no trajeto: “A Lagoa de Guaraquira é 90% composta de mangue branco preservado em todo o seu entorno, fazendo com que a gente tenha uma lagoa saudável e a gente possa usar essa lagoa para transporte aquaviário e também para o turismo da cidade.” Segundo o secretário, além de servir como alternativa de mobilidade, o projeto incrementaria o turismo ecológico em Maricá, permitindo passeios de barco por uma região ambientalmente rica e preservada. “Parabéns ao prefeito Quaquá, visionário desse trabalho junto à Codemar”, concluiu Xandi, atribuindo ao prefeito a visão de aproveitar o potencial hídrico do município de forma sustentável.

Possíveis rotas e estações previstas

Embora detalhes técnicos e rotas exatas ainda não tenham sido divulgados, os representantes envolvidos adiantaram que a linha aquaviária em estudo deverá interligar diversos bairros. De acordo com as informações do vídeo gravado durante o estudo, há a possibilidade de o percurso inicial ligar a orla de Bambuí à orla Zé Garoto, no Boqueirão, atravessando um dos trechos da Lagoa de Maricá. Futuramente, o trajeto poderá ser expandido para alcançar outras localidades, como Ponta Negra e Araçatiba, ampliando a abrangência do modal. A primeira estação modelo do sistema – que funcionará como ponto de embarque e desembarque – deverá ser instalada em local estratégico, aproveitando “as condições perfeitas” identificadas pela equipe técnica na lagoa. Porém, até o momento não foram confirmados prazos para a implantação efetiva do serviço, já que o projeto encontra-se na fase inicial de estudos de viabilidade.

Visão do prefeito e projetos futuros de transporte aquaviário

O prefeito de Maricá, Washington Quaquá, vem defendendo a implementação de um sistema de transporte aquaviário no município desde o início de seu novo mandato, em 2025. Em suas redes sociais, Quaquá já publicou sobre reuniões feitas para possibilitar a criação deuma linha de ferry-boat intermunicipal, conectando Maricá à capital fluminense. A proposta em pauta prevê barcas ligando Itaipuaçu e Ponta Negra (distritos de Maricá) a pontos estratégicos do Rio, como a Praça XV e os aeroportos Santos Dumont e Galeão. De acordo com o projeto discutido, a ideia é iniciar as obras ainda em 2025, oferecendo uma alternativa de transporte que contribua para reduzir o tráfego na rodovia RJ-106 (Amaral Peixoto).

Paralelamente, a Prefeitura de Maricá investe em infraestrutura para viabilizar a navegação entre o mar e as lagoas. Em 2024, tiveram início as obras de um guia-corrente (estrutura de quebra-mar) no Canal da Costa, na Praia do Recanto (Itaipuaçu), para manter a ligação permanente entre o canal e o oceano. Segundo a Secretaria de Cidade Sustentável, essa intervenção de engenharia – além de combater assoreamento e melhorar a drenagem – será essencial para futuros projetos de transporte aquaviário que conectarão o mar às lagoas de Maricá, ampliando as opções de mobilidade e beneficiando toda a região. A iniciativa abre caminho, por exemplo, para a circulação de catamarãs e outras embarcações maiores que eventualmente façam a ligação marítima de Maricá ao Rio de Janeiro. No entanto, a obra vem sofrendo sucessivas paralisações, o que pode fazer com que a intervenção se estenda ao longo dos anos.

O prefeito Quaquá tem destacado os ganhos que o transporte sobre as águas pode trazer aos moradores. “Os moradores de Maricá irão ganhar qualidade de vida, seja no trabalho, no descanso e lazer com a família. O tempo que perdem no trânsito irão investir em coisas úteis para a vida. Com menos carros circulando, isso também diminuiria a emissão de CO2 na atmosfera, além de criar empregos locais para construir e operar o porto e as marinas”, afirmou Quaquá ao defender o projeto de conexão marítima com a capital. Essa visão se alinha à política de mobilidade urbana inclusiva já conhecida na cidade – marcada pela tarifa zero nos ônibus municipais – e indica que Maricá pode se tornar pioneira também no transporte aquaviário público e gratuito no Brasil, apesar de cidades próximas como Araruama já ter um modal aquaviário que foca no turismo, mesmo que operado pela iniciativa privada.

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