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Botos da Baía de Guanabara são uns dos animais mais contaminados do mundo

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Os botos-cinza da Baía de Guanabara, no Rio de janeiro, estão entre os animais marítimos mais contaminados do mundo, informa o coordenador das atividades de mamíferos aquáticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, José Lailson Brito.

O coordenador participou nessa segunda-feira dia (10), de audiência pública na Alerj para debater a poluição na baía desde 1992, José monitora os poluentes nos organismos desses animais e os principais produtos encontrados neles, segundo ele, são compostos de origem industrial, muitos já banidos do território nacional, “Garanto que se formos analisar o tecido adiposo, o sangue e a urina de boa parte dos que estão aqui e que eventualmente interagem com a Baía de Guanabara, que se alimentam de pescado da baía, certamente têm os mesmos contaminantes”, disse.

“Esses mesmos produtos que estão lá no tecido desses animais, fazendo um efeito ruim, estão na gente. É um problema de saúde pública”. O pesquisador lamentou a perda de mais um boto, vítima da poluição, notificada por uma colaborador do projeto de monitoramento. “O que acontece aqui está sendo reproduzido na Baía de Sepetiba, não aprendemos nada. A Baía de Ilha Grande vai pelo mesmo caminho”.

O boto está no brasão da cidade do Rio de janeiro, ícone da fauna marítima da baía, na década de 1970, existiam 800 animais da espécie, com essa ultima morte registrada restam apenas 36.

“Os botos são o retrato do que é a Baía de Guanabara, que virou um estacionamento de navios, são mais de 80 navios fundeados” disse. O oceanógrafo alertou que a poluição acústica produzida por essas embarcações também é preocupante. “O ruído debaixo d’água nas áreas de fundeio é um absurdo e espanta a fauna”.

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