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Cedae afirma que estudo poderá viabilizar distribuição de água em Maricá

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Falta de saneamento básico e distribuição irregular de água foram discutidos durante audiência pública realizada na manhã desta quinta-feira (11/05) na Câmara Municipal de Maricá. Após muito debate, a Cedae, concessionária que abastece parte da cidade, afirmou que existe um estudo que prevê a captação de água potável de rios em Tanguá para abastecer a cidade por 35 anos. A obra prevista pelo projeto deverá durar no máximo dois anos e meio e custará cerca de R$ 500 milhões.

A audiência foi proposta pela Comissão Defesa do Consumidor da Casa e contou com a presença do superintendente da Cedae, José Alexandre Silva, que respondeu a diversas indagações dos vereadores. Os parlamentares pediram uma revisão no contrato que permite a execução de serviços no município.

Tanto os vereadores presentes na Casa quanto a população demonstraram grande insatisfação com os serviços prestados pela concessionária. Eles afirmaram que há muito tempo a Cedae é responsável pelo tratamento de esgoto e distribuição de água, mas que não consegue usufruir de nenhum dos dois benefícios.

“A cidade não provém de rio com vazão adequada para a população que possui. Isso é um problema porque temos que buscar água em outro lugar e isso demanda grandes investimentos. Já investimos quase R$ 70 milhões construindo os dois reservatórios em Inoã e Itaipuaçu. Propomos licitação para Ponta Negra, a empresa ganhadora começou e parou a obra em quase 60% de execução”, disse José Alexandre.

Adir Motta Filho, secretário de Urbanismo e Meio Ambiente de Maricá, explicou que a ideia do município é não depender nem do Estado e nem da União. “Maricá fez seu plano de saneamento e essa história de Tanguá nasce de uma análise para que não ficássemos dependendo do Estado e nem da União para resolver o problema da água. O plano está pronto e o projeto também para ser licitado se for o caso. A ideia é de que se acumule água em Tanguá para fornecer 800 litros por segundo. O que será suficiente para os próximos 35 anos”, disse. O representante da Cedae questionou se há interesse do poder Executivo em terminar a obra iniciada em Ponta Negra.

O vereador Marcinho da Construção (DEM) e presidente da Comissão denunciou que problemas graves da rede de esgoto na cidade. “Existem alguns bairros que já têm fornecimento, mas recebi demanda de que tubulação para na esquina de algumas sem chegar ao abastecimento nas residências. O esgoto também está sendo despejado criminosamente nos nossos rios e córregos. Queremos uma revisão do contrato”, disse.
Todos os vereadores reclamaram de obras feitas pela metade, falta de tratamento de esgoto, falta de água nas residências. Marcus Bambam (PV) pediu que a Cedae se atente para o calçamento das ruas. “A prefeitura asfalta e a empresa quando faz obra vai lá e quebra tudo. E pior, deixa do jeito que quer”, afirma.

Morador de Inoã, Renato Rosa, de 46 anos, pediu atenção a Cedae para a distribuição de água em seu bairro. Ele disse que de um lado da rodovia há abastecimento e no outro não. “Nunca tive água. No outro lado da rua tem água e do meu lado não tem. Não sabemos mais o que fazer. Até os poços secaram. Muitos moradores se mudaram dali porque não tem água”, disse. O superintendente prometeu que na próxima semana resolverá o problema na localidade.

Participaram da audiência pública os vereadores: Marcinho da Construção (DEM), Felipe Paiva (PCdoB), Filippe Poubel (DEM), Rony Peterson (PR), Ricardinho Netuno (PEN), Marcus Bambam (PV), Robgol (PT), Fabrício Bittencourt (PTB), Frank Costa (SDD), Ismael Breve (DEM) e Helter Ferreira (PT). Representantes do Procon Municipal, ligado à Secretaria de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Petróleo também participaram, além do coordenador da Cedae em Maricá, Paulo Bezerra e do Secretário de Urbanismo e Meio Ambiente, Adir Motta Filho.

Vereadores questionam Cedae

Prejuízo na economia – Felipe Paiva (PCdoB) afirmou que a distribuição irregular de água na cidade contribui negativamente para a economia local. “Redes hoteleiras deixam de vir para Maricá porque não há saneamento. Hoje a Cedae atende cerca de apenas 20% do município”, disse Paiva.

O vereador Frank Costa (SDD) pediu prazos a Cedae. “Você já falou que não há água suficiente para o Centro. Há três anos estive na Cedae e conversei da dificuldade da água chegar no meu bairro. Qual é o prazo e existe projeto para chegar água em São José do Imbassaí?, perguntou Frank ao superintende da concessionária.

Em resposta José Alexandre respondeu que a localização do bairro é complicada. “Esses bairros estão desprovidos, previsão é complicado. Mas asseguro que estamos conversando com prefeitura sobre São José. Nossa proposta é que o bairro seja abastecido pelo Rio Tanguá que ia estabelecer o Centro e São José. Estamos estudando prolongar a rede até lá”, respondeu.

Ricardinho Netuno (PEN) pediu a planta do projeto de distribuição de água no 4º distrito (Itaipuaçu). A Cedae, por meio, de seu representante informou que irá fornecer essa planta. “Estou aqui com licitação do projeto executivo para Inoã e Itaipuaçu. Essa obra foi orçada em R$ 55 milhões e muitas áreas não fora contempladas e obtive resposta que esse valor foi aditado. Quero solicitar a planta dessa obra”.

Filippe Poubel (DEM) reclamou do serviço prestado pela Cedae. “Maricá sofre todo ano com ausência de serviço bem prestado, principalmente quando chega alta temporada. No verão é um sufoco. Hoje temos desculpas de o Estado estar quebrado, mas antes disso o serviço já não era prestado”, afirmou.

Já Fabrício Bittencourt (PTB) classificou como grave o sistema de água em Maricá. “Hoje a água não chega nas casas. A Cedae não atende nem Centro de Maricá. O atendimento aqui é precário”, relatou. O superintendente pediu os endereços no Centro que não recebem água há três anos.

Rony Peterson (PR) afirmou que não acredita mais no trabalho da concessionária. “A Cedae presta um serviço medíocre, pífio. No que se refere ao município é de uma incompetência monstruosa. São nove anos de contrato e nesse período foi feito o que em Maricá?”, indagou.

Hélter Ferreira (PT) sugeriu que a Cedae construa poços artesianos. No entanto, a superintendência afirmou que essa não é a melhor alternativa. “Eu denunciei esse contrato em 2009. Não há esgoto tratado em Maricá. As pessoas vão jogar esgoto onde? Hoje 99% dos condomínios abastecem com água própria”, finalizou Hélter.

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