Água pode estar contaminada com necrochorume no Centro de Maricá
EXCLUSIVO – Em fevereiro, o administrador do Cemitério Municipal de Maricá foi preso por crime ambiental, pagou fiança e foi liberado. Porém, foi encontrado por policiais da DPMA (Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente), chorume oriundos de restos mortais, também chamado de necrochorume, no lençol freático da região.
Funcionários da secretaria de Meio Ambiente, confirmaram por telefone, que há sim a contaminação por necrochorume na região. O Maricá Info foi procurar saber quais os males que isso pode causar para quem consumir a água daquela região.
Não só para os coveiros, o necrochorume agora é um perigo real para moradores do Centro de Maricá. A substância, de cor acinzentada, cheiro acre e fétido, é formada por 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas, duas delas, aliás, altamente tóxicas: a putrescina e a cadaverina.
De acordo com Maria Rosí Melo Rodrigues, engenheira sanitarista da Tegeve Ambiental, empresa especializada em saneamento ambiental, os microorganismos liberados durante o processo de apodrecimento dos corpos pode transmitir doenças por meio da ingestão ou contato com água contaminada pelo necrochorume. “É assim que muitas pessoas podem acabar sendo vítimas de enfermidades como hepatite, febre tifóide, paratifóide, tuberculose e escarlatina, entre outras”, afirma.
Apesar de haver uma Lei que obriga os cemitérios a terem sistemas de tratamento de necrochorume (CONAMA 335 de 03 de abril de 2003), o cemitério de Maricá não tem nenhuma licença ambiental e muito menos há estanqueiras nos túmulos, o que faz com que o necrochorume atinja naturalmente o lençol freático da região.