Petrobras financiará obras de saneamento em Itaboraí e Maricá
RIO DE JANEIRO (O REPÓRTER) – O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc, anunciou durante a audiência pública da Comissão Especial do Comperj da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), nesta segunda-feira (30/05), que a Petrobras ficará responsável pelos investimentos em saneamento básico dos municípios de Itaboraí e de Maricá.
“O objetivo da audiência pública de hoje foi saber em que ponto está a negociação sobre os acordos de compensação. Estamos falando de um investimento de R$ 15 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão será para compensações socioambientais. Queremos saber como esse dinheiro será aplicado e em que pé se encontram esses investimentos”, comentou o presidente da comissão, deputado Robson Leite (PT).
Segundo Minc, os acordos que foram anunciados nesse encontro deverão ser assinados até o final desse semestre. “A gente quer que o Comperj não só gere emprego, mas que também cause o mínimo de impacto possível no meio ambiente, na Baia de Guanabara, nos manguezais e ainda ajude a resolver os problemas crônicos, como o saneamento. Nós garantimos que a Petrobras vai financiar 100% do saneamento de Itaboraí e 50% de Marica.
O restante virá através do PAC. São mais de quatro milhões de árvores que vão proteger as margens dos rios Macacú e Caceribú. A disponibilidade de água para a região também será dobrada. O material orgânico da Estação de Tratamento de Esgoto Alegria, depois de tratado, servirá como água industrial para o Comperj. Com isto, não será preciso jogar esgoto na Baia de Guanabara”, comemorou Minc.
O deputado Robson Leite lembrou, no entanto, que os municípios precisam fazer sua parte para que moradores e meio ambiente não sofram. De acordo com o parlamentar, a Petrobras não deve resolver sozinha os problemas de estrutura e desenvolvimento da região.
“Não queremos só cobrar da Petrobras, mas também dos municípios envolvidos. Temos planos diretores que precisam ser revistos. É um impacto grande e as cidades têm que refazer seus planos ambientais, sociais e urbanos. Essa é uma compensação que deve ser dada aos moradores”, avaliou o deputado, que também não poupou os vereadores locais.
“A Petrobras tem que dar suporte para isso, mas os municípios precisam ser envolvidos. As câmaras municipais precisam deliberar e votar esses planos diretores, e é fundamental a participação da sociedade civil. A experiência do Comperj precisa ser diferente da experiência de Macaé, onde, há 30 anos, ouve uma tragédia social, ambiental e urbana”, lembrou o petista.
Secretaria faz mapeamento para futuras habitações
Segundo a Petrobras, o Complexo Petroquímico do Rio marca a retomada da companhia no setor petroquímico e vai transformar o perfil socioeconômico da região. Previsto para entrar em operação em 2014, o Comperj promoverá uma transformação ainda mais completa do petróleo.
A construção ocupará uma área de 45 milhões de metros quadrados. Minc anunciou ainda que já estão pré-aprovados os locais em que serão construídas as casas para os moradores das áreas desapropriadas.