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Prefeitura e Liga Mundial de Surfe discutem projeto de fundo artificial

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Uma demonstração do interesse que o projeto do fundo artificial de Maricá vem atraindo no mundo do surfe foi a reunião, na manhã desta sexta-feira (17/06), entre representantes da Liga Mundial de Surfe (WSL) e os secretários executivos Fernando Rodovalho (Infraestrutura), José Carlos Azevedo (Chefia de Gabinete) e Márcio Leite (Governo). O objetivo do encontro, realizado na sede da Secretaria Executiva de Infraestrutura, no Caxito, foi o de ouvir dos executivos do município mais detalhes sobre o projeto que, nas palavras do ex-campeão e dirigente da WSL, Daniel Friedmann, “pode transformar Maricá no melhor point para o surfe no Brasil”. Os dois dirigentes estavam acompanhados do projetista do fundo artificial, Maurício Carvalho de Andrade.

Segundo Friedmann, que foi um dos organizadores da etapa do mundial realizada no Rio há pouco mais de um mês, a cidade já conta com um clima favorável o ano inteiro, ótima qualidade da água e tem o principal, que é a regularidade das ondulações. Falta apenas controlar o comportamento das ondas, o que a tecnologia inédita da plataforma submersa fará, reproduzindo na Praia da Barra de Maricá o mesmo padrão das ondas perfeitas de Pipeline, no Havaí. O fundo artificial permitirá, segundo ele, a realização de eventos com alto nível técnico no estado onde o esporte tem a maior presença de mídia e de público. “Esse projeto dará uma contribuição muito grande ao desenvolvimento do surfe e à própria economia da cidade”, acrescentou o presidente da Federação de Surfe do Estado do Rio, Sérgio “Parrá” Gonçalves, em alusão a uma iniciativa parecida na Austrália com a essa intenção.

Friedmann e Sérgio apresentaram o cronograma de eventos da categoria para o ano que vem propondo que a Prefeitura seja inicialmente a sede de alguma etapa com maior flexibilidade em termos de datas, como o estadual da modalidade, o que não ocorre com as rodadas do mundial. “Testadas as condições da praia com a instalação, poderíamos partir para a realização de um grande evento daqui a dois anos”, afirmou o representante da WSL. Os secretários Fernando Rodovalho e Márcio Leite disseram que a Prefeitura considera o projeto – avaliado em R$ 15 milhões – importante, embora não possa ainda estabelecer uma data precisa em que já estaria implantado em razão do próprio estágio em que se encontra. “O município tem o mesmo pensamento. O orçamento está crescendo, mas temos vários projetos empenhados e é preciso avançar mais para já termos uma perspectiva de data”, respondeu Rodovalho. “A abertura dos envelopes da licitação será já no dia 27/07 e o prazo de construção previsto no edital é de dez meses”, acrescentou Márcio Leite. Após a reunião, os representantes da associação profissional do surfe visitaram o local selecionado nas pesquisas feitas por Maurício e pelo engenheiro Luiz Guilherme de Aguiar para a instalação da plataforma submersa, entre as ruas 5 e 6. O levantamento técnico apontou que nesse ponto as ondulações chegam com o melhor ângulo e com a maior energia à praia.

Os números que envolvem eventos desse esporte nos outros países justificam o interesse da WSL. São 35 milhões de surfistas em todo o mundo, muitos deles viajando em busca da melhor onda, e 120 milhões de fãs do esporte. Só nos EUA, a indústria vinculada ao surfe faturou cerca de R$ 6,3 bilhões no ano passado, muito pela associação à área de tecnologia de informação. Cerca de 43% de toda a audiência do surfe em todo o mundo hoje se dá através de dispositivos móveis e um exemplo concreto do alcance a que Maricá pode obter são os números de audiência no Pipe Masters de 2015 (disputado nas mesmas ondas havaianas que serão criadas em Maricá): foram nada menos que 6 milhões de acessos na página oficial do campeonato e cerca de 2,9 milhões de horas de exibição em todo o mundo, número considerado recorde.

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