Ministério Público investiga a compra de 70 respiradores pela prefeitura de Maricá
O Ministério Público investiga a compra de 70 aparelhos respiradores pela prefeitura de Maricá, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Os equipamentos foram pagos e iam para o hospital Che Guevara, inaugurado na semana passada para pacientes com Covid-19, mas a empresa entregou os respiradores para outros clientes, fazendo com que o hospital recém inaugurado tenha apenas 25 respiradores.
A prefeitura de Maricá informou, segundo o G1, que fechou um contrato de R$ 14,5 milhões com a empresa Duplo X Comércio e Serviços, com nome fantasia Mercadão das Embalagens, que previa a entrega de 70 respiradores no dia 22 de abril. O pagamento seria feito no momento da entrega dos equipamentos, fundamentais para salvar a vida dos pacientes da Covid-19, mas, segundo a prefeitura, eles descobriram que os respiradores foram vendidos para outro cliente.
O hospital Che Guevara, em Maricá, vai atender os pacientes mais graves da Covid-19. A prefeitura prometeu 150 leitos, sendo 70 de UTI, mas foi inaugurado com apenas 25 respiradores. A prefeitura prometeu um hospital moderno, de ponta, mas contratou uma empresa que nunca tinha comprado respiradores antes e que não possui o certificado Afe, exigido pela Anvisa de empresas que armazenam, distribuem, importam ou transportam produtos como respiradores.
Segundo a prefeitura, o contrato também previa a compra de 70 monitores multiparamétricos, mas apenas uma parte foi entregue.
Sobre o negócio fechado com a empresa, a prefeitura de Maricá informou que o Mercadão das Embalagens possui registro regular de atividade para comércio de produtos hospitalares e foi a empresa que apresentou o melhor preço. A prefeitura disse ainda que recebeu dezessete monitores, que já foram pagos e que o restante do contrato foi cancelado.
As unidades de saúde da região (Upa de Inoã; Posto de Saúde Santa Rita, em Itaipuaçu; e Hospital Municipal Conde Modesto Leal, no Centro) vão regular via Núcleo Interno de Regulação (NIR) qualquer demanda de vaga. A unidade não tem gerência sobre nenhuma demanda além do município de Maricá.
O hospital nasceu de um projeto de atendimento de urgência e emergência, porém, com a chegada do novo Corona Vírus ao Brasil, está sendo inaugurado para ser uma unidade de portas fechadas, referenciada exclusivamente para Covid-19 enquanto durar a pandemia, sendo que toda autorização que vier de fora do município deve passar pela Secretaria de Saúde de Maricá. Nestes primeiros 15 dias, o Che estará preparado com 75 leitos (20 de CTI, 5 de trauma, 10 de apoio e 40 enfermarias). Estes números serão aumentados de forma gradativa de acordo com a demanda.