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(foto: João Henrique / Maricá Info)
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Em Maricá, estudo aponta que 92% dos indivíduos ainda podem ser infectados

A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Saúde e do Instituto de Ciência e Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), elaboraram o relatório do 1º Ciclo Sentinela de Maricá – pesquisa realizada com moradores da cidade.

Além de reforçar que as políticas estão funcionando, a pesquisa exclusiva de Maricá mostra qual é o quadro real da situação da pandemia do ponto de vista epidemiológico, correlacionando os sintomas e aferindo a taxa de prevalência (anticorpos) e incidência (RTPCR) para Covid-19 no período de 06 a 23 de outubro.

Segundo o médico virologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Amilcar Tanuri, coordenador da pesquisa, a porcentagem de assintomáticos é um fator relevante para o processo de reabertura das atividades. “É importante notar que 58% não apresentaram sintomas algum, podendo ser considerados assintomáticos. Este fato é de suma importância quando quisermos montar alguma estratégia de controle da doença durante a reabertura das atividades na cidade”, disse, destacando os sintomas mais detectados. “Podemos notar que os mais prevalentes foram tosse, dor de cabeça e dor de garganta, nesta ordem”, avaliou.

A pesquisa também revelou que 92% de indivíduos potencialmente suscetíveis à Covid-19 em Maricá podem ser infectados mais adiante na pandemia. Para o coordenador da Rede de Urgência e Emergência da Secretaria de Saúde, Marcelo Costa Velho, isso reforça a importância de as pessoas continuarem com as regras de higienização para frear a disseminação no município.

“As pessoas devem continuar adotando o comportamento de proteção, o uso de máscaras, tentar respeitar um certo distanciamento social, lavar as mãos e não colocar a mão na boca e nos olhos. As regras de ouro têm que ser mantidas. Se mantiverem a cautela e etiqueta higiênica para evitar que isso aconteça, não vejo um aumento significativo de casos na cidade”, pontuou o médico.

Das 376 amostras colhidas e testadas, ou seja, 97% da meta, 8% apresentaram taxa de sorologia positiva. Estes números estão mais baixos se comparados com a taxa de sorologia positiva, quando pacientes sintomáticos vão para os polos de atendimento de Covid-19 instalados na cidade, que giram em torno de 20%. O estudo apontou também que todas as amostras de sorologia positiva vieram do distrito de Inoã, o que configura que a pandemia atingiu mais aquela região quando comparada com outros distritos como o Centro, Itaipuaçu e Ponta Negra.

Para a elaboração do estudo foi utilizada a metodologia de amostragem aleatória de base populacional. As equipes formadas por agentes da Estratégia de Saúde da Família foram deslocadas para 38 setores censitários, baseado na classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em cada distrito selecionado aleatoriamente, 10 domicílios foram visitados pelos agentes. Nos locais, foram oferecidos termos de consentimento livre e informado a cada residente o motivo da pesquisa para sua autorização e assinatura, acompanhado de um questionário. Após esta etapa, foi feito um teste rápido de anticorpo em cada residente selecionado para medida de IgM e IgG, além de um Swab de nasofaringe para execução de um teste de RT-PCR.

O ICTIM e a Secretaria Municipal de Maricá pretendem repetir este estudo após 30 e 60 dias a fim de acompanhar a tendência dos números da COVID-19, e para embasar o retorno das escolas públicas no município. No próximo dia 24 de novembro, começa a segunda etapa da pesquisa.

“O nosso objetivo é ter aprendizado, formar profissionais das áreas de saúde, assistência social e direitos humanos para que no futuro possamos fazer um amplo mapeamento do vírus e de doenças que circulam para orientar não só as ações da Secretaria de Saúde, como a busca de produtos e serviços à disposição do município a partir daí”, disse o presidente do Instituto de Ciência e Tecnologia de Maricá (ICTIM), Celso Pansera.

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