Quaquá defende integração da Aldeia Indígena ao Resort na Restinga de Maricá

O Deputado Federal Washington Quaquá (PT), ex-prefeito de Maricá que trouxe os indígenas da tribo Mata Verde Bonita para a Restinga de Maricá, defendeu em suas redes sociais a integração da aldeia ao projeto turístico-residencial MARAEY, da empresa IDB Brasil.

A aldeia guarani, liderada pelo Cacique Darci Tupã, ocupa desde 19 de abril de 2013 a Restinga de Maricá, uma área de proteção ambiental. Atualmente são cerca de 180 indígenas guaranis Mbyás, divididos entre 41 famílias que vivem na aldeia. Eles vieram de Camboinhas há 10 anos a convite do ex-prefeito Quaquá, mas desde então não possuem qualquer documentação que garanta sua permanência no local, pois não foi feita a demarcação da terra indígena.

“O resort dos espanhóis é um empreendimento importante para o Brasil, pro Estado do Rio de Janeiro e especialmente para Maricá, mas eu sempre disse: negócio bom é negócio bom pra todo mundo. Eu sempre disse que os índios podem se integrar ao projeto turístico do resort, assim como os pescadores de Zacarias. Todo mundo tem a ganhar. O que nós não podemos admitir é que sejam proposta (sic) que os índios saiam daí. É a retirada dos índios, um projeto que acaba se tornando excludente.” Declarou Quaquá, que diz ser favorável ao empreendimento MARAEY. 

“Se forem inteligentes, incorporem os índios ao projeto turístico, assim como os pescadores e sua tradição em Zacarias.” Comentou o ex-prefeito e atual Deputado Federal Washington Quaquá.

Em 2010, a IDB Brasil já seguia com o processo de licenciamento do empreendimento, anteriormente chamado de Fazenda São Bento. Durante mais de uma década, o empreendimento foi avançando e encontrando novos entraves, um deles com a comunidade pesqueira de Zacarias, que também ocupa parte da Restinga de Maricá. A solução com essa comunidade, que vive no local há mais de 300 anos, foi integrá-la ao projeto, dando aos seus moradores o título de propriedade.

Recentemente a IDB Brasil incorporou ao Masterplan do empreendimento uma aldeia tupí-guarani. Questionada, a empresa informou que não se trata da atual aldeia Mata Verde Bonita, mas sim uma aldeia turística em que as duas aldeias de Maricá poderão participar, representando suas culturas e costumes.

Sobre a aldeia indígena tupi-guarani que existe no local, a empresa IDB Brasil informou que colabora com a Prefeitura de Maricá, que ao lado dos indígenas e da FUNAI, trabalha na busca por uma área definitiva para o assentamento permanente, mais adequada às necessidades dos indígenas, com solo fértil e acesso facilitado à água, como pleiteia a comissão de representantes da aldeia.

Ato feito por indígenas da tribo local tentaram impedir as obras do empreendimento, iniciadas no dia 3 de abril de 2023. (Imagem: Maricá Total)

Em 19 de abril de 2013, indígenas da tribo Semente, que mudou seu nome para Mata Verde Bonita, iniciaram a ocupação de parte da Restinga de Maricá.