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Foto: Patrick Gomez
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Maricá recebe apresentações gratuitas do monólogo “Pedro I” com João Campany

Com elogios de público e críticos em suas temporadas no Rio e em São Paulo, o monólogo “Pedro I” chega a Maricá para questionar as motivações a atitudes do monarca que desfez nossos laços com a Coroa portuguesa e transformou o Brasil em nação. Com direção de Daniel Herz e atuação de João Campany, a peça fará apresentações na Lona Cultural Beth Carvalho (21 de abril) e no Teatro do CEU (27 e 28 de abril), propondo uma reflexão sobre a eficácia do Governo de Pedro I, seus atos impulsivos, o início da corrupção no Brasil e o machismo que sempre esteve presente em suas relações familiares. O texto de Daniel Herz, João Campany e Roberta Brisson mistura elementos históricos e fictícios para lançar ao público a pergunta: o legado do Primeiro Império é realmente positivo? A peça foi contemplada no Edital Programa Municipal de Arte e Cultura (PROAC) da Secretaria de Cultura de Maricá, Prefeitura de Maricá.

Criada na sala de ensaio, a dramaturgia busca repensar a história do país ao revisitar os acontecimentos que construíram a sociedade brasileira. O texto tem influências do teatro de Luigi Pirandello e Bertold Brecht ao buscar o conflito a partir da relação entre dois personagens: um artista do século 21 e o Chefe de Estado do século 19. Idealizador do projeto, o coautor e ator João Campany vive ambos os papéis, que se alternam a partir de um minucioso trabalho de voz e corpo. O artista também dá vida ao Dom Pedro I na série “Brasil Imperial”, disponível na Amazon Prime Video.

“A liberdade é diferente de independência. Dom Pedro proclamou a independência de um país em relação a outro, que o colonizava. Mas será que, com isso, ele realmente garantiu a liberdade das várias etnias que povoam o Brasil?”, questiona João Campany. “Os cidadãos maricaenses terão acesso gratuito a essa peça que ensina ao público um pouco mais sobre a nossa História. Não apenas como ela é ensinada nas salas de aula, mas com um ponto de vista atualizado”, completa.

O público vai embarcar em uma viagem atemporal com dom Pedro I e o ator da peça. Juntos, eles visitarão o Palácio da Quinta da Boa Vista que pegou fogo em 2018 (o Palácio foi a residência pessoal de Pedro I, em 1820). Juntos, irão com D. Pedro a Petrópolis (cidade onde o Imperador repousava do calor dos trópicos) e verão, com ele, a cidade coberta de lama pelas chuvas de janeiro de 2022.

“Ao fazer uma reflexão sobre esse período histórico, procuramos entender de onde vem muitas questões que se apresentam até hoje pra nós, como o racismo e a misoginia, por exemplo. A ideia de relembrar para não repetir os erros do passado se une à necessidade de lutar, diariamente, por uma sociedade mais igualitária”, comenta a coautora Roberta Brisson.

O drama acompanha a tentativa delirante de Dom Pedro retomar o poder em 2022. No processo, ele enfrenta um artista que questiona os seus valores e sua conduta em relação ao trono. Porém, este embate não é fácil. Dom Pedro é autoritário e o ator não pretende permitir que seu corpo seja veículo para este governante de caráter e conduta duvidosas. Quem vencerá?

“A peça imagina esse encontro inusitado entre D. Pedro e um ator de hoje, no meio do caos em que a gente vive. Como esse ator vai lidar com os valores e ideias de um imperador tão explosivo, envolvido em tantas polêmicas e atitudes controversas?”, questiona o diretor Daniel Herz. “Fazemos uma provocação a partir de pensamentos tão diferentes, e levamos à cena reflexões para a construção de um Brasil melhor”, acrescenta.

Na equipe criativa, também estão Aurélio di Simoni (iluminação), A Cecília Cabral (direção de arte, cenário e figurinos), Ágatha Kreisler (ilustrações, edição e adereços) e Pedro Nêgo (trilha sonora original).

Sobre Daniel Herz

Daniel Herz é diretor, professor, ator e autor. Desde 1992 é o diretor artístico da Companhia Atores de Laura. Em sua trajetória de sucesso, dirigiu espetáculos como   “Geraldo Pereira, um escurinho brasileiro” (de Ricardo Hofstetter), “Otelo da Mangueira”, (de Gustavo Gasparani),  “Tom e Vinícius”, (de Daniela Pereira e Eucanaã), a ópera “Mozart e Salieri”, (de Rimsky-Korsakov) no Teatro Municipal, “Iolanta, a princesa de vidro,” a partir da obra de  Piotr Illich Tchaikovsky, “A importância de ser perfeito”, (de Oscar Wilde com adaptação de Leandro Soares), “A vida de Galileu” (de Bertold Brecht),  “Perdoa-me por me traíres” (de Nelson Rodrigues),  “Cálculo Ilógico” (de Jessica Menkel), “Isso que você chama de lugar”, texto de criação coletiva, da qual fez parte e “Nadistas e Tudistas” (adaptação de Renata Mizrahi), Entre os prêmios que recebeu, destacam-se, Prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem na categoria melhor direção pelo espetáculo “Romeu e Isolda” , Prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem nas categorias de melhor direção, melhor texto e melhor espetáculo por “Decote” , Prêmio Qualidade Brasil na categoria de melhor direção por “As artimanhas de Scapinon e Prêmio Orilaxé  de melhor direção pelo espetáculo “O filho eterno”, além de várias indicações ao Prêmio Shell e Prêmio APTR.

Sobre João Campany

João Campany é ator. Nascido na cidade de Niterói (RJ), em 1988. Tem 34 anos. Recebeu os Prêmios de Melhor Ator no 15º Festival Nova de Audiovisual (Fortaleza/CE) pelo filme “Alforria” e de Melhor ator Coadjuvante no 5º Festival Ver e Fazer Filmes do Pólo Audiovisual da Zona da Mata (Cataguases/MG) pelo filme “Lençol de Inverno”. No teatro, idealizou e produziu a peça “Sujeito a Reboque”. Dentre outros trabalhos, destaca-se o personagem Sebastian em “A Tempestade” (William Shakespeare), dirigido pelo Vik Silvallingam, da Globe Shakespeare de Londres, que estreou no CCBB do Rio de Janeiro e seguiu temporada no Parque Lage em 2016. Na TV, atuou na série “Sob Pressão” e participou das novelas “Amor de Mãe” e “Nos Tempos do Imperador”. Vive Dom Pedro I na série “Brasil Império” (Amazon Prime Video/Fundação Cesgranrio). No cinema, participou do longa “Carnaval” (Netflix/Camisa Listrada) e dos curta “Alforria” (dir. Bruno Rubim, 2015, MG) e “Lençol de Inverno (dir. Bruno Rubim, 2017, MG). É o ator protagonista do videoclipe “Tá com Dólar, Tá com Deus”, da banda Francisco, El Hombre.

 

FICHA TÉCNICA:

Texto: Daniel Herz, João Campany e Roberta Brisson

Direção: Daniel Herz

Atuação: João Campany

Iluminação: Aurélio de Simoni

Cenário e Figurino: Cecília Cabral

Trilha Sonora: Pedro Nêgo

Idealização e Produção Executiva: João Campany

Produção Executiva: João Campany

Assistente de Produção: Ricardo Aquino

Assistente de Direção: Roberta Brisson

Operador de Audio: Kakau Berredo

Montagem e Operador de Luz: Rafael de França

Assessoria de Imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)

SERVIÇO:

Pedro I

 

21 de abril

Lona Cultural Beth Carvalho Itaipuaçu/Maricá: Barroco, Maricá – RJ

Dia e horário: domingo, às 19h. A sessão terá intérprete de libras.

Ingressos: Gratuitos, com retirada de senhas meia hora antes

Duração: 60 minutos

Classificação: 12 anos

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