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Mortes em série no trânsito de Maricá levantam alerta sobre urgência de fiscalização

O último sábado, 28 de junho de 2025, foi marcado por uma sequência de acidentes graves em Maricá, que expôs com veemência as falhas na segurança viária do município. Em tal data, foram registrados três casos fatais envolvendo veículos leves e pesados, reforçando as críticas à falta de sinalização, à retirada de radares e à falta de fiscalização nas principais vias da cidade.

Na RJ‑106 — conhecida como rodovia Amaral Peixoto —, um dos acidentes ocorreu no km 35, próximo ao bairro Manoel Ribeiro, quando um Citroën C3 colidiu com um caminhão. O motorista do carro foi socorrido em estado grave e, posteriormente, não resistiu aos ferimentos. Poucas horas depois, a Estrada de Ponta Negra registrou dois episódios fatais: o primeiro envolveu uma moto com dois jovens, resultando na morte da garupa, identificada como Luyza Reis, de apenas 17 anos, enquanto o condutor ficou gravemente ferido; na sequência, outro acidente no mesmo trecho, desta vez com um caminhão atingindo uma moto, ceifou a vida de mais uma passageira.

Não se tratou apenas de tragédias isoladas, mas de um cenário agravado por deficiências estruturais. A RJ‑106 carece de dispositivos que limitem a velocidade e organizem o trânsito. A retirada dos radares — iniciada há cerca de um mês pelo DER‑RJ após o rompimento de contrato com a empresa Trana Tecnologia — deixou a via totalmente desprotegida, sem fiscalização eletrônica nem plano de transição efetivo

No trecho entre os km 24, nas imediações dos bairros Ponta Grossa e Retiro, moradores denunciam a ausência de passarelas seguras e a alta velocidade em longas retas, fazendo com que pedestres corram risco ao atravessar a pista. Muitos optam por estacionar longe e caminhar até o Parque Nanci, onde existe uma passarela, para evitar perigo.

A falta de sinalização também foi apontada como um fator determinante nos acidentes em Ponta Negra. Curvas perigosas, pontos mal iluminados e ausência de alertas visuais tornam a via ainda mais propícia a colisões. A inexistência de redutores físicos — lombadas, faixas elevadas — amplia as chances de ultrapassagens arriscadas e excesso de velocidade, especialmente na ausência de radares eletrônicos.

Segundo nota do DER‑RJ, um processo de licitação está em curso para instalar radares mais modernos na RJ‑106. No entanto, ainda não há previsão para conclusão e ativação dos novos equipamentos. Enquanto isso, pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas permanecem expostos ao risco diário.

Moradores e lideranças locais cobram ações urgentes: reinstalação imediata de radares, instalação de lombadas físicas, reforço na sinalização horizontal e vertical e campanhas educativas contínuas. Em meio à perda de vidas — tanto na rodovia estadual quanto na Estrada de Ponta Negra — cresce a pressão por um plano integrado de segurança viária, que envolva o DER‑RJ, o município, a Guarda Municipal, o Departamento de Trânsito e a comunidade.

A multiplicidade de acidentes em um único dia, com pelo menos três vítimas fatais, revela consequências asfixiantes da ausência de controle eletrônico de velocidade e da negligência com a infraestrutura de vias essenciais. A mobilização social ganha força, e a esperança é de que, finalmente, medidas concretas sejam adotadas para estancar o ciclo de violência no trânsito de Maricá.

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