Em Portugal, Quaquá reafirma política de tolerância zero com criminalidade

Durante o Brasil Investment Summit, realizado na última quinta-feira (03/07) em Lisboa, o prefeito de Maricá, Washington Quaquá (PT), defendeu o uso da força por parte do Estado no combate ao crime organizado e anunciou medidas de militarização da Guarda Municipal. A declaração foi feita durante o painel “Desenvolvimento e Legado dos Royalties do Petróleo”, que reuniu autoridades e investidores brasileiros e estrangeiros.
Ao tratar da violência nas periferias e da atuação de grupos armados, Quaquá fez uma defesa contundente da repressão como ferramenta legítima de proteção da sociedade. “E se um vagabundo porta um fuzil e ameaça um morador de um condomínio popular, ele vai fazer o quê? Vou dar flores pra ele? Vou dar flores no enterro dele. Então tem que ser duro, tem que ter dureza, porque a sociedade precisa se proteger.”
O prefeito também criticou a omissão do Estado em regiões dominadas por facções. “Nós não podemos ser complacentes com aqueles que estabelecem o Estado de terror no Brasil, porque é só você entrar nas favelas do Rio ou nas áreas de São Paulo, onde o PCC domina, que tem um Estado paralelo, onde o cidadão comum não tem direitos. Nós somos apartados da democracia brasileira em grande parte do território nacional.” Declarou.
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Segundo ele, o enfrentamento à criminalidade deve combinar ações sociais com inteligência, mas também com força: “Isso não se combate só com tecnologia, com inteligência, né, com política social, mas também com muita dureza por parte do aparelho do Estado.”
Quaquá também destacou que Maricá, apesar de ser uma cidade da Região Metropolitana do Rio, estaria caminhando para ser uma exceção à insegurança que atinge o estado. “E eu quero dizer que Maricá é uma extensão do Rio, só que vou dizer, é o pedaço mais seguro do Rio. É o pedaço mais seguro do Rio. Eu tô fechando todas as entradas e saídas com portais de segurança, tô armando a guarda municipal, inclusive com fuzil, caveirão e brigada de ocupação do território.” Disse.
A declaração reforça a intenção da Prefeitura de Maricá de equipar a Guarda Municipal com armamento pesado, incluindo fuzis e veículos blindados — um processo que já vem sendo debatido no município e que aguarda aprovação legislativa, já tendo iniciado o debate através de audiência pública realizada pela Comissão de Segurança Pública da Câmara de Vereadores de Maricá.
Na quarta-feira (02), uma equipe da Secretaria de Segurança Cidadã da cidade esteve na Delegacia Regional Executiva da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, para alinhar detalhes técnicos e jurídicos sobre o processo de armar a Guarda Municipal. O armamento da Guarda Municipal faz parte de um pacote de medidas para modernizar e ampliar o trabalho da corporação. Um projeto de lei enviado à Câmara em abril propõe mudanças nos artigos 299 a 303 da Lei Orgânica do Município e autoriza a criação do Grupamento de Ocupação Democrática Armada do Território (GODAT), uma espécie de “tropa de elite” da Guarda Municipal. A proposta também prevê a compra de equipamentos, uso de câmeras corporais e um programa robusto de formação para os agentes.