Maricá: Vereador Netuno cobra investigação urgente na saúde

Durante a sessão da Câmara Municipal desta terça-feira (19/08), o vereador Ricardinho Netuno (PL) fez um discurso contundente na tribuna cobrando que a Comissão de Saúde (atualmente presidida pelo vereador Felipe Auni) abra investigações sobre contratos e denúncias envolvendo a Organização Social Mahatma Gandhi, responsável pela gestão do Hospital Municipal Conde Modesto Leal.
Netuno afirmou que os trabalhos das comissões da Casa precisam ser voltados aos interesses da população, e não apenas “repassar discursos prontos das secretarias municipais”.
“Se as comissões são pra defender o interesse da população, ou se o presidente da comissão vai ser um mero levador de recado do secretário? (…) A comissão não é pra ser despachante de secretário. E tá tudo errado aqui pelo que a gente tá vendo”, disparou o vereador.
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Denúncias contra a Mahatma Gandhi
O parlamentar destacou que diretores da OS já foram presos e citou irregularidades na gestão do hospital. Segundo ele, o presidente da Mahatma Gandhi, Luciano, teria empresa registrada em seu nome prestando serviços dentro do próprio Conde Modesto Leal — o que configuraria conflito de interesses.
“Isso é um crime, isso que a Comissão de Saúde tem que investigar, presidente. E não tá fazendo nada. A principal arma que a gente tem é fazer com que as comissões funcionem. (…) Abrir uma investigação urgente, uma CPI emergencial e fiscalizar todos os contratos suspeitos dentro do Conde Modesto Leal junto com a Mahatma Gandhi. É isso que tem que ser feito”, declarou.
Críticas ao funcionamento das comissões
Netuno também criticou a atuação dos presidentes de comissões da Câmara, sugerindo que haveria interesse político e troca de espaços em secretarias, o que comprometeria a independência da fiscalização.
“Os presidentes de comissão são aqueles que querem espaço nas secretarias ou que já têm espaço nas secretarias. Nunca vai dar certo, po! Nunca vai dar certo. Se for colocar presidente da comissão pra ficar puxando sardinha pro secretário, pra trocar espaço político, nunca vai dar certo”, afirmou.
Femar e contratos da saúde
Outro ponto levantado foi a situação da Fundação Estatal de Saúde de Maricá (Femar). O vereador lembrou que a Câmara aprovou a extinção da entidade, mas, segundo ele, a fundação continua firmando contratos e movimentando recursos.
“Nós não votamos aqui pela extinção da Femar? Como é que ela continua funcionando, presidente, até hoje? Fazendo contrato até hoje? E a Comissão de Saúde não faz nada. Faz nada!”, criticou.
Ricardinho Netuno encerrou sua fala pedindo que a população fique atenta à forma como a saúde pública é conduzida no município e defendeu que a Câmara assuma de fato o papel fiscalizador que lhe cabe.