Maricá: Estabelecimentos já deixam de aceitar pagamento em Moeda Mumbuca; entenda o problema!
A suspensão do contrato entre a Prefeitura de Maricá e o Instituto E-Dinheiro já começa a afetar diretamente beneficiários dos programas sociais do município, como a Renda Básica de Cidadania (RBC) e o Auxílio Cuidar.
Com receio de bloqueios nos saldos, que poderiam gerar prejuízos financeiros, uma grande rede de supermercados com unidades em diversos bairros, outra rede de farmácias e uma de padarias deixaram de aceitar a Moeda Social Mumbuca como forma de pagamento. A medida preocupa moradores, já que envolve itens essenciais como medicamentos e alimentos. O temor é que outros estabelecimentos sigam o mesmo caminho, ampliando os impactos negativos para milhares de famílias que dependem do benefício.
O Maricá Info questionou a Prefeitura sobre possíveis atrasos no pagamento dos programas, sobre quem assumirá a gestão da Moeda Mumbuca e o destino dos saldos atuais — se serão transferidos para contas na futura instituição responsável, mas não recebemos uma resposta até a publicação da matéria.
Nota da prefeitura:
“A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Economia Solidária e Empreendedorismo Social, informa que o sistema do Instituto E-dinheiro apresentou instabilidade nesta quinta-feira (04/09), mas já está funcionando normalmente.
Todos os estabelecimentos cadastrados para receber pagamentos com a Moeda Social Mumbuca podem continuar aceitando o benefício sem qualquer alteração.
A Prefeitura reforça ainda que a Moeda Social Mumbuca e os programas sociais mantidos no município não serão impactados nem descontinuados.”
O que aconteceu?
A decisão da Prefeitura de Maricá de rescindir unilateralmente o contrato com o Instituto E-Dinheiro Brasil foi publicada no Jornal Oficial em 1º de setembro de 2025. O termo abrangia a gestão do Banco Mumbuca, incluindo o cadastramento de beneficiários e o pagamento de programas sociais. A medida foi fundamentada em inexecução contratual e o Instituto terá 10 dias úteis para apresentar defesa.
Em 2024, o TCE-RJ já havia apontado falhas na administração da moeda, como a falta de segregação de recursos, impondo multas e determinando maior transparência. Na época, foi registrado que a Prefeitura havia repassado mais de R$ 1,16 bilhão ao Instituto.
O E-Dinheiro, por sua vez, declarou ter sido surpreendido com a decisão, ressaltou os resultados sociais alcançados ao longo de oito anos e afirmou que comerciantes e beneficiários não serão prejudicados, já que os recursos e resgates continuarão sendo honrados.
Agora, a Prefeitura terá de definir quem assumirá a gestão da Moeda Mumbuca, utilizada em larga escala pela população e responsável por movimentar milhões no comércio local.