Jornalismo de Maricá perde Adalmir Ferreira, um dos pioneiros da comunicação local
O jornalismo de Maricá está de luto. O jornalista Adalmir Ferreira, de 64 anos, faleceu na noite de terça-feira (30/9), vítima de um infarto fulminante, enquanto atualizava o site do jornal digital Nova Edição, veículo de sua propriedade. O sepultamento ocorreu na tarde desta quarta-feira (1/10), no Cemitério Municipal de Maricá, e reuniu familiares, amigos e colegas de profissão. Ele deixa viúva, filhos e netos.
Trajetória na comunicação
A história de Adalmir na imprensa local começou ainda nos anos 1980. Antes de se consolidar como jornalista, trabalhou como eletricista e fotógrafo, sempre acompanhado de amigos que compartilhavam a paixão pela comunicação. Ao lado do jornalista Paulo Celestino, participou da criação da RCM, a primeira rádio comunitária da região, marco que abriu espaço para novas experiências no jornalismo maricaense.
“Minha história com Adalmir começou em 1981, num encontro inusitado. Eu o contratei como eletricista para realizar um serviço na casa da cantora Maysa Monjardim, no Cordeirinho. Dali nasceu uma amizade e uma parceria que atravessaria décadas. Incentivado por Jayme Monjardim, fiz um curso de fotografia e chamei Adalmir para embarcar comigo nessa jornada”, relembrou Paulo Celestino, hoje diretor do Jornal Gazeta Fluminense.
Do rádio à fotografia, Adalmir marcou presença na Rádio Somari, conhecida como “Som da Praça”, e mais tarde firmou-se como repórter de rua, levando informação em tempo real. Em uma das coberturas, chegou a noticiar ao vivo um assalto a banco no Centro de Maricá, episódio lembrado como símbolo de sua dedicação.
Jornal Nova Edição e legado
Ao longo dos anos, Adalmir fundou e editou o jornal impresso Nova Edição, distribuído gratuitamente na cidade. Com a chegada da internet, adaptou-se aos novos tempos e criou o jornal digital homônimo, que continua ativo. Seu grande sonho, entretanto, era a TV Nova Edição, com canal no YouTube para entrevistas, reportagens e esportes. O lançamento estava previsto para o próximo dia 15, e familiares garantem que o projeto seguirá em frente.
Reconhecimento e despedida
Colegas de profissão lembram Adalmir como uma figura generosa, sempre pronta a colaborar. “Era um repórter, um dos pilares da comunicação maricaense. Uma alma que nunca se curvou ao medo quando se tratava de informar”, destacou Paulo Celestino.
Com a partida de Adalmir Ferreira, Maricá perde não apenas um jornalista, mas um verdadeiro pioneiro da comunicação local, cuja paixão pela notícia e dedicação à cidade se transformaram em legado para as próximas gerações.
