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Casa Maysa vira depósito e símbolo de desperdício, denuncia vereador Netuno

O vereador de Maricá, Ricardinho Netuno, fez uma série de denúncias em vídeos divulgados nas redes sociais sobre o abandono da Casa Maysa, imóvel adquirido pela prefeitura para ser transformado em um centro cultural e museu. Segundo ele, apesar do investimento milionário, o local encontra-se em completo estado de deterioração.

Netuno afirma que a Prefeitura de Maricá pagou R$ 3,5 milhões pela compra do imóvel, além de R$ 300 mil pelo direito de usar o nome da cantora Maysa, que viveu no local. Segundo o vereador, houve ainda a previsão de R$ 8 milhões em reformas, mas, de acordo com os vídeos, nenhuma obra foi realizada até o momento.

“Olha a quantidade de material estragando aqui. Três milhões e meio que foi comprada essa casa da Maysa. Pagaram mais trezentos mil reais pra usar o nome dela. Oito milhões em reforma. Nenhuma reforma foi feita. Só tá servindo de depósito”, afirmou o vereador, mostrando pilhas de materiais e obras de arte abandonadas no interior do imóvel.

Entre os itens que, segundo ele, estão se deteriorando no local, há móveis, materiais de ferro enferrujando devido à maresia, obras de Darcy Ribeiro trazidas de Brasília e livros que estariam estocados há mais de um ano, muitos ainda em embalagens. “Isso aqui foi comprado em 2021 e nada foi feito até hoje. Só tá servindo pra dar despesa. Luz acesa, estrutura enorme, prédio gerando cada vez mais custo e problema pra cidade. Tudo mofado, teto caindo, cheiro de coisa fechada há muito tempo”, denunciou.

Além da falta de uso da Casa Maysa, Netuno também questionou o contrato com a empresa Mesofera Design, responsável por parte do material adquirido. “Milhões e milhões de reais foram pagos nesses livros. Tá tudo aqui, ó, largado. Pra História de Maysa. Milhares de exemplares. Dinheiro foi gasto e foi pro ralo. E o conteúdo tá todo aqui, ó, armazenado e guardado”, relatou o vereador, mostrando os livros empilhados.

Falhas na segurança e risco de incêndio

Outro ponto grave levantado por Netuno foi o risco de incêndio. Ele mostrou um extintor de incêndio considerado inoperante, sem carga e sem data de validade, além da presença de materiais inflamáveis, como madeira e papéis, armazenados de forma inadequada.

“O único extintor que a gente achou é na casa dos fusos, escondido, sem carga, sem validade. Se pegar fogo, é essa vergonha aqui que vai ser usada”, disse.

Contrato de segurança sob suspeita

O vereador também denunciou falhas na segurança do local. Segundo ele, a empresa Estrutural, contratada pela Codemar por R$ 25 milhões, estaria deixando o imóvel sem vigilância em alguns dias. Ele apresentou o livro de ponto da vigilância, mostrando que houve dias em que o local ficou desprotegido.

“A gente tá fiscalizando e o vigilante não quer mostrar a documentação. Cadê a nota fiscal de todos esses produtos que tão aqui abandonados dentro dessa casa? A única nota fiscal que tem é da geladeira e do micro-ondas. O resto, ninguém sabe”, afirmou Netuno, prometendo apurar os contratos e a execução dos serviços.

Ricardinho Netuno criticou duramente o ex-prefeito Washington Quaquá e o atual governo municipal, afirmando que projetos culturais e turísticos estão sendo usados apenas como pretexto para contratos milionários sem retorno à população. Ele relembrou ainda o recente anúncio de um projeto de R$ 71 milhões com o nome de Oscar Niemeyer, insinuando que poderia ocorrer o mesmo tipo de problema.

“Eles tão brincando com o dinheiro da nossa cidade, indo pra esquemas fraudulentos, pra corrupção, usando o nome de artistas renomados apenas pra levar o dinheiro da cidade”, concluiu.

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