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Maricá identifica mais de 170 animais silvestres em área de proteção

Mamíferos, aves e roedores são espécies de maior incidência na região, que corresponde a 25% da área total do município

Com uma área de proteção integral de nove mil hectares, extensão maior que a do município de Armação de Búzios, na Região dos Lagos, e duas vezes maior que o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, o Refúgio de Vida Silvestre de Maricá (Revismar) abriga hoje mais de 170 espécies de animais, entre mamíferos, aves e roedores, em uma área que corresponde a 25% do total da cidade.

Levantamento da Secretaria de Cidade Sustentável de Maricá, no primeiro semestre de 2022, identificou os locais de maior aparição de animais silvestres e as espécies flagradas no programa de Monitoramento da Fauna de Maricá (Mofama). Iniciado em 2020, o programa utiliza armadilha fotográfica, a observação de vestígios na mata, além do sistema de posicionamento global (GPS) para fazer busca ativa. O resultado possibilita avaliar a efetividade da conservação da biodiversidade, acompanhar e analisar as tendências populacionais de diferentes espécies.

“Por meio das câmeras e do nosso trabalho em equipe, conseguimos registrar a presença de vários animais no nosso refúgio, principalmente aqueles que andam em bandos. Esse estudo só reforça a riqueza da biodiversidade que temos na nossa região”, afirmou o subsecretário de Cidade Sustentável, Guilherme Di César.

O monitoramento foi focado em quatro pontos distintos dentro do refúgio, divididos em A,B,C e D e utilizou iscas para atrair os animais. Foram registrados 122 animais no ponto definido como A, entre eles, quatis, tamanduá, sagui (calitrix), cachorro-do-mato, gambás, pica-pau, jacu (ave) sabiás e morcegos. No ponto B, os 13 animais mais avistados foram os gambás, roedores e lebre (tapiti). Na outra extremidade da região, onde está localizado o ponto C, a equipe constatou a presença de 18 animais entre lagartos (teiús), juriti (ave), cachorro-do-mato, morcego, tatu, quati e gambá. E por último, no ponto D, foi registrada a presença de 18 gambás.

O estudo constatou que a diversidade de espécies é maior nos locais de grande altitude e grau de preservação. Também foi verificado local que não obteve diversidade, pois sua localização está em menor altitude e próximo a locais cujas características originais foram alteradas. A diversidade de mamíferos foi predominante dentro da Unidade de Proteção Integral. As espécies exóticas, como o sagui e o cão doméstico, foram observadas dentro do Revismar, influenciando negativamente a abundância de espécies silvestres.

Aparecimento da onça-parda

Por ser uma região de Proteção Integral e não ter ocupação humana, o local é propício para aparição de alguns animais ilustres. Em 2021, ano em que a Unidade de Conservação completou dez anos de criação, o município foi presenteado com o registro da onça-parda (Puma concolor) ou suçuarana caminhando pelo Refúgio de Vida Silvestre Municipal das Serras de Maricá. A espécie era considerada extinta há mais de um século na área litorânea, onde foi flagrada por armadilhas fotográficas, motivo de comemoração entre os pesquisadores e ambientalistas. Segundo maior felino do Brasil, a suçuarana é menor apenas que a onça-pintada e, arredia, não se deixa flagrar com facilidade.

“A partir deste fato, buscamos expandir os estudos sobre os animais silvestres e receber professores e alunos das universidades na nossa Unidade de Conservação, para que elas possam transformar esse avistamento em pesquisa”, afirmou o subsecretário de Cidade Sustentável, Guilherme Di César”.

tatu Dasypus novemcintus
Tatu (Dasypus novemcintus) foi flagrado por armadilha fotográfica.
paca Cuniculus paca
Paca (Cuniculus paca), flagrada por armadilha fotográfica.

 

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