Em Maricá, crianças aprendem com a arte de soltar pipas
Aprender sobre brisas marítima e terrestre, simetria, polígonos, ângulos, vértices e geometria foram algumas das funções do primeiro Festival de Pipas realizado pela E.M. Vereador João da Silva Bezerra, nesta quinta-feira (17/10).
Sessenta alunos do 6º ano aprenderam na prática a arte de confeccionar e soltar pipas, numa forma de integrar as disciplinas de Matemática, História e Geografia e facilitar o aprendizado. As atividades foram realizadas na própria unidade e também às margens da lagoa da Divineia.
Foram levantadas questões como os ângulos para a colocação das varetas, os formatos geométricos, a importância dos ventos e a história das pipas, que aponta para o ano 120 a.C., na China. Lá, o general Han Hisin, teria usado pipas para medir a distância de um túnel a ser escavado no castelo imperial. Outras versões indicam a origem em civilizações 200 a.C.
Professor de Geografia, Renato Cosentino destacou a importância de vivências extra-classe. “Sempre pensamos em atividades que reflitam a teoria aplicada em sala de aula. Aqui na Barra podemos perceber a brisa marítima, falar sobre pressão atmosférica e vento de forma leve”, destacou.
A atividade será exigida como conteúdo de uma prova na próxima semana. “Temos que quebrar o tabu que aprender é chato e que Matemática é um bicho de sete cabeças. E não há nada melhor do que estar à beira da lagoa estudando e aprendendo”, corroborou o professor de Matemática, Alzinio Galvão.
“Fica bem mais fácil e divertido aprender assim, não vou esquecer”, destacou a aluna Camilly Souza, de 11 anos, de Bambuí, que nunca tinha feito uma pipa antes. “Achei difícil porque não sabia onde colocar cada parte, mas aprendi as formas geométricas, ângulos e sobre a história da pipa”, acrescentou.
“Aprendi que sem usar os ângulos certos, a pipa não vai voar, ela vai ficar girando. Aqui temos espaço para brincar e tempo para aprender mais”, destacou Ana Luíza Santos Silva, de 11 anos. Nathan Santos, de 10 anos, estava surpreso. “Não sabia que era preciso usar matemática para fazer uma pipa. Aprendi e nunca mais vou me esquecer desse dia”, acrescentou.
“Também abordamos sobre os perigos do uso do cerol e da linha chilena”, relatou a diretora da unidade, Simone Reis. “Esse projeto facilita o aprendizado, já que os alunos aprendem sem se dar conta. Fora dos muros da escola estão tendo acesso a uma aula de várias disciplinas num ambiente lindo e agradável”, completou.
“Além de fazer integração social, a pipa é uma brincadeira democrática praticada no mundo todo sem distinção de raça, de idade, de sexo ou cor. Temos que incentivar essa arte e mostrar às crianças o perigo do uso do cerol para que no futuro tenhamos adultos mais conscientes”, concluiu Pablo Dantas, responsável pela oficina de confecção de pipas.